Paciente apresentando dor/incômodo em dente que tinha reabilitado há menos de 1 mês com canal, núcleo e coroa. Será canal lateral ou fratura radicular?
Ao navegarmos na tomografia, nos chamou atenção uma perda óssea angular na face distal do dente 47, em terço cervical de raiz (imagens 1 e 2).
Esse tipo de imagem nos faz pensar em uma fratura vertical devido às características e localização. Um tipo de fratura em que notamos um aumento considerável nos últimos anos.
Porém, ao realizarmos a navegação de maneira adequada, associando os 3 planos e trabalhando escala de cinza, foi possível localizar e diferenciar um canal lateral nesta região (imagens 3,4 e 5), e que, não por coincidência, sua saída está localizada no epicentro da reabsorção óssea.
Uma pena ter que refazer o trabalho com remoção de coroa e núcleo, além do retratamento endodôntico. Pelo menos o motivo da dor foi descoberto e o tratamento terá uma direção.
Desse modo, casos como este mostram como a tomografia de alta resolução pode redefinir diagnósticos endodônticos. O que parecia ser uma fratura vertical se revelou um canal lateral — com impacto direto na conduta e na confiança clínica.
Entenda mais:
Reabsorção óssea angular — face distal do 47
Dor persistente após reabilitação recente levanta suspeita de complicação.
Padrão clássico de perda óssea angular
A princípio nos faz pensar em fratura vertical, porém como biologia não é matemática, precisamos analisar além do padrão.
Canal lateral visível nos três planos
O diagnóstico só foi possível com navegação detalhada e uso correto da escala de cinza.
Saída do conduto lateral coincide com a área de reabsorção óssea
Explicando a sintomatologia persistente do paciente.
Diagnóstico redefinido com segurança
Assim, a conduta muda completamente com base no achado anatômico.
Portanto, na IRDO, valorizamos a integração entre imagem e raciocínio clínico. Porque cada detalhe interpretado com precisão faz toda a diferença no desfecho do tratamento.